Parece que sim. Uma nova revolução tecnológica já se vislumbra, neste caso na tradicional e artesanal indústria da construção civil.
A forma de construir edifícios pouco mudou ao longo dos milênios. A força que ergueu a piramide de 62 metros de Djoser, no Egito, há cerca de 4.800 anos, foi a mesma força que ergueu a torre Burj Khalifa, com 828 metros de altura, no Dubai, inaugurada em 2010. Mesmo tendo em conta a diferença das máquinas usadas para levantar pesos numa época e noutra, a força braçal do homem esteve presente em ambos os casos.
Pesquisas a decorrer nos EUA e na Europa permitem antever que a força braçal do homem será substituída por um impressora. O pedreiro será substituído por um operador de computador que controla toda a construção, e o canteiro de obras será completamente diferente do que conhecemos hoje.
Num futuro próximo serão construídas habitações em massa utilizando esta nova tecnologia, principalmente habitações populares de baixo custo. Gradualmente, habitações de padrão mais alto também serão construídas à medida que a credibilidade e o aperfeiçoamento do processo for aumentando. Os edifícios de 828 metros terão que esperar um pouco mais...
Com esta técnica abrem-se perspectivas enormes em termos de design arquitetônico. Surgirão novas formas que até agora eram de difícil execução.
Alguns problemas ainda têm que ser resolvidos, por exemplo, como imprimir os cabos de energia e dados, tubulação hidráulica, cerâmica, janelas, louças sanitárias, pintura, etc.
No início serão impressas edificações simples, baixas, e em que os acabamentos como esquadrias e cerâmicas serão feitas à parte, e depois montadas, como é feito atualmente. Mas não tenhamos ilusões, o processo foi iniciado e ninguém sabe até onde irá. É como se levássemos uma pedra rolante para o topo de uma montanha, depois, ao dar-lhe um pequeno empurrão ela desce a montanha, sem que mais ninguém a possa fazer parar. Com as ideias, é a mesma coisa. Irão surgir em cadeia e os resultados serão revolucionários e espetaculares.
Os testes realizados com concreto de alto desempenho demonstraram que a estrutura fica três a quatro vezes mais resistentes que a estrutura de alvenaria convencional. Prevê-se que será possível construir uma casa de 230 m² em apenas 24 horas! e os custos deste tipo de construção serão 30% a 35% mais baratos.
Na Holanda está prevista a construção, durante 2014, do primeiro edifício construído por uma impressora 3D. Foto abaixo.
As consequências tecnológicas são relativamente bem vindas e pacíficas, mas e as consequências sociais do emprego desta tecnologia na construção civil? O que acontecerá aos milhões de trabalhadores ligados à construção de edifícios com a automatização do processo? Será que trará mais mal do que bem? Só o tempo poderá responder a estas e outras perguntas.
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